A AGEPOLJUS realizou, também na última semana, o
XII Seminário Nacional dos Agentes de Segurança do Poder Judiciário Federal. O evento, que aconteceu na sede da Justiça Federal de Alagoas em Maceió, reuniu cerca de 200 inscritos que debateram temas de interesse do segmento.
MÉTODOS PARA UMA GESTÃO DE CONHECIMENTO EFETIVA NA SEGURANÇA SÃO DEBATIDOS NA QUINTA-FEIRA
O tema foi abordado pelo atual chefe de gabinete do
Secretário de Estado da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal e Adido Adjunto da Polícia Federal em Washington (DC), Pehkx Jones.
De acordo com ele, fazer polícia em uma sociedade complexa é uma atividade que obriga esses servidores a se repaginarem todos os dias. “Eu estou olhando agora para uma montanha que precisa ser escalada para sabermos o que tem do outro lado. Com a experiência apresentada sobre as polícias do
Senado e da
Câmara Federal, é possível que eu vislumbre que, atrás dessa montanha, tem uma Polícia Judicial a ser implementada”.
Para o policial federal, a partir da regulamentação pelo
CNJ da criação da polícia institucional do Poder Judiciário “é preciso adubar essa ideia para que tudo possa se concretizar”.
Pehkx Jones chamou os participantes à reflexão sobre a implementação do policial judicial e a garantia da dignidade da Justiça, independência do Poder Judiciário e governança e bom funcionamento da Justiça. “A partir dessas respostas, vocês irão identificar a sua missão e serão uma carreira típica de Estado”.
Uma das missões do segmento, de acordo com ele, é garantir a dignidade da Justiça e da Governança com a integridade de processos, integridades das informações e a integridade física e moral de magistrados e servidores – que representa a imagem institucional.
Outra missão é a capacidade de trabalhar de forma integrada e colaborativa, de otimizar os recursos e delegar funções sob supervisão. Colaborar com o sistema de segurança pública e de
Justiça Criminal. “Isso faz os senhores de fato e de direito verdadeiros policiais institucionais”, disse.
PRESIDENTE DA FENAPEF CHAMA A ATENÇÃO PARA UMA NOVA VISÃO DE POLÍCIA DENTRO DO JUDICIÁRIO
O primeiro dia do
XII Seminário Nacional dos Agentes de Segurança foi encerrado com a palestra sobre “Uma visão de organização de uma Polícia Institucional do Poder Judiciário: somando parcerias e preenchendo lacunas”.
O assunto foi abordado pelo presidente da
Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), Luís Antônio de Araújo Boldens que chamou a atenção para uma nova visão de polícia dentro do Poder Judiciário Federal.
Ao tratar de um diagnóstico da satisfação sobre a carreira na Polícia Federal, o presidente da FENAPEF informou que 26 policiais federais se suicidaram nos últimos anos, colocando a categoria em alerta. O palestrante também falou sobre os números de licenças e afastamentos dentro da Polícia Federal, chamando a atenção para a questão da estruturação da carreira que, de acordo com ele, tem que vir do segmento e das necessidades dele.
Para Boldens, a criação da
Polícia Institucional do Poder Judiciário irá preencher verdadeiras lacunas que a
Polícia Federal percebeu quando em atuações integradas. Ele elencou as diversas cobranças que serão próprias do novo cargo a ser criado dentro do Judiciário e ressaltou a importância dos servidores da segurança terem acesso a sistemas de informação para saberem sobre as pessoas que frequentam os prédios da Justiça. “Não é apenas controlar a entrada e saída e as questões das armas brancas. Nós precisamos saber quem é aquela pessoa que está entrando”.
Para o presidente da
FENAPEF, se o brasileiro não se sente seguro nas ruas e nos prédios da Justiça, é preciso pensar na situação vivida pela sociedade. “É a imposição do medo e da insegurança que toma conta do cidadão e, por este motivo, eventos como este Seminário são tão importantes para a troca de experiências e encaminhamentos”.
EXPERIÊNCIA DA POLÍCIA AMERICANA NA PROTEÇÃO DE JUÍZES FEDERAIS É APRESENTADA POR INTEGRANTES DA US MARSHALS
Durante a palestra, os integrantes da
US Marshals Darrel White e Larry Moltzan apresentaram a história da agência especializada na segurança de autoridades nos EUA e demonstram as técnicas e tecnologias utilizadas para a proteção dos juízes federais americanos.
Segundo Moltzan, o propósito principal dos Marshals é colocar em prática as leis do tribunal americano e fazer cumprir as ordens judiciais. O vice-diretor assistente da divisão de
Segurança Judicial da US Marshals explicou que a responsabilidade pela segurança do Judiciário é exclusiva da Agência, acarretando todas as responsabilidades sobre o tema. “Não existe nenhuma lei federal americana que não possa ser usada quando está relacionada à segurança de juízes”, enfatizou. Larry apresentou dados numéricos com cerca de 2.500 juízes espalhados em todo os EUA.
REPRESENTANTE DO FBI NO BRASIL MOSTRA A ATUAÇÃO NA DEFESA E PROTEÇÃO DE AUTORIDADES FEDERAIS
O foco da palestra foi a visão de como o FBI atua na defesa e proteção de autoridades federais. Durante a explanação, Kramer explicou que o foco do trabalho do FBI é a proteção do diretor e do procurador geral, com a utilização de estratégias de segurança para impedir qualquer tipo de ameaça contra eles. Esse método é feito através da detecção de uma vigilância defensiva, com a utilização de equipamentos tecnológicos como detector de metais.
Sobre a segurança física dos protegidos, o adido do
FBI disse que qualquer viagem promovida pelo diretor ou o procurador é acompanhada por integrantes do
Centro de Operações de Inteligência Estratégica mediante o monitoramento por câmeras e alarmes em residências e comunicações via rádio satélite.
REPRESENTANTES DA MAGISTRATURA DESTACAM A IMPORTÂNCIA DE UMA CULTURA DE SEGURANÇA DENTRO DO JUDICIÁRIO
O número de juízes ameaçados no Brasil e as perspectivas de uma
Polícia Orgânica Institucional fez parte da programação do XII Seminário Nacional da AGEPOLJUS. O tema foi tratado pelo juiz Júlio Rodrigues Coelho Neto, vice-presidente da Ajufe; e pelo juiz Valter Souza Pugliezi, diretor administrativo da Anamatra.
Para exemplificar a fragilidade nas questões de segurança no Judiciário, Dr. Júlio citou a ocorrência de uma manifestação popular ocorrida contra a Justiça Federal no Ceará, quando notou-se que não havia nenhum controle de acesso ao prédio.
O juiz afirmou que a
Ajufe se propõe a trabalhar em conjunto com os Agentes de Segurança para que haja a alimentação de uma cultura de segurança, com treinamento continuado e efetivo, tendo uma equalização da segurança em todos os setores da Justiça.
Na sequência, o diretor da Anamatra, Dr. Valter Pugliezi, destacou a importância da criação de uma polícia própria do Poder Judiciário diante do “número preocupante” de magistrados ameaçados no Brasil. O juiz relembrou os dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) referentes ao número de juízes ameaçados, com ênfase para o reforço da segurança orgânica na efetiva proteção dos mais de 100 magistrados sob risco.
ENCERRAMENTO
A painelista foi a Desembargadora daquele Regional, Dra. Maria Adna Aguiar do Nascimento que relembrou sua participação no X Seminário, em 2016, promovido pela Associação em São Paulo. De acordo com a magistrada, quando da candidatura à presidência do TRT-5, ela fez planejamentos para o tempo em que estivesse à frente da Corte, dando prioridade para a segurança institucional.
Logo após a fala da Desembargadora do TRT, o juiz diretor do Foro da Justiça Federal em Maceió, Dr. André Carvalho Monteiro parabenizou a realização do evento e enfatizou a importância dos debates, uma vez que a atividade da magistratura depende também da função dos Agentes de Segurança.
Fonte: Agepoljus
Galeria:
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