Pode-se, portanto, afirmar que esse conjunto de imagens e de ideias funciona como a pré-compreensão que condiciona a produção de normas, as ações e as interpretações.
Há, portanto, uma dimensão ideológica do imaginário que remete a um exterior imaginado (uma construção imaginária) que é percebido pelo indivíduo assujeitado como natural e não como o resultado, sempre provisório, de um processo histórico.
O conjunto de imagens que compõe o imaginário neoliberal impede não só a crítica da inversão ideológica produzida a partir dos pressupostos neoliberais, apresentados como naturais, como também a possibilidade de o sujeito constituir-se como um sujeito da crítica ao sistema, como o sujeito capaz de assumir um compromisso com a mudança - porque o indivíduo idiotizado, perdido no imaginário neoliberal, revela-se incapaz de reconhecer a sua própria condição e de identificar as ilusões a que está submetido.
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● Fonte ●
Livro: A CONSTRUÇÃO DO IDIOTA. (Página: 176).
Autor: Rubens Casara.
Editora: da Vinci.