Novembro 21, 2024

Minuto da consciência crítica: A correlação de forças nem sempre foi desfavorável ao sindicalismo Destaque

Assim, as eleições eram compreendidas como um barômetro para medir a mudança de poder na direção da mão de obra e como um meio poderoso de cultivar a consciência de classe.

Enquanto os partidos proletários tornavam-se cada vez mais fortes, os sindicatos também - e as duas formas de organização estavam interconectadas em ambos os países (Grã-Bretanha e Itália).

Na Grã-Bretanha, capital industrial do mundo, entre 1914 e 1918 a filiação a sindicatos aumentou de 4 milhões de pessoas para 6,5 milhões e, em 1920, atingiu um número recorde de quase 8,4 milhões.

Em apenas seis anos, a sindicalização dobrou: 40% do total da população trabalhadora se associou a sindicatos.

Na Itália, a escalada foi igualmente impressionante.

O impulso do sindicalismo entre o proletariado urbano e rural cresceu como nunca: quase 3,8 milhões de trabalhadores - cinco vezes o total anterior à guerra - participaram de protestos trabalhistas organizados.

Além disso, a federação dos trabalhadores socialistas superava todas as outras em popularidade.

A onda de filiações sindicais resultava principalmente da integração de novos trabalhadores (e de novos tipos de trabalhadores) durante a guerra: mulheres, operários não qualificados e semiqualificados.

A guerra deu origem a uma "classe trabalhadora nova e bem mais aguerrida" que tinha muito pouco a perder.

Como vimos no capítulo 1, esses trabalhadores haviam sido profundamente politizados pelo coletivismo de guerra e aparentemente não estavam inclinados a testemunhar a própria subjugação.

A ação industrial direta (administração das fábricas) era a expressão mais vívida dessa crescente politização.

…………..

Livro: A ORDEM DO CAPITAL - COMO ECONOMISTAS INVENTARAM A AUSTERIDADE E ABRIRAM CAMINHO PARA O FASCISMO.

Autora: Clara E. Mattei (págs.: 120/121).

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